Podem me chamar
de quadrado ou careta. Sou de um tempo que ainda manda flores. Não sou
pré-histórico, apenas valorizo o passado. Tratar as pessoas mais velhas ou
desconhecidas de “senhor” ou “senhora”, bem como, dizer “por
favor” ou “muito obrigado”, sempre fez parte do meu verbete. Os
progenitores, preocupados com o futuro e sabedores do mundo que eu iria
enfrentar, prepararam-me para as grandes procelas da vida. Sabiam que eu teria
que matar um leão por dia, para continuar sobrevivendo.
Aprendi que um elo, ao unir ao
outro e assim por diante, ao final, formam uma corrente. Basta um elo se romper
e a corrente se desfaz. Por isso, procurei educar meus filhos, aos moldes
antigos, a fim de que não se rompesse as tradições sociais e familiares. Minha
prole tem um gosto refinado em tudo. O mais velho, adora música sertaneja raiz;
o do meio, é devorador de livros e a caçula, preza a moral e os bons costumes.
Por isso, o elo de minha família continua firme, indestrutível.
Mas, ao abrir o leque da visão
mundana, vejo uma sociedade arrastada por formadores de opinião, da pior
extirpe. Lixos novelescos e prostitutas televisivas, ensinando o que há de mais
nojento a uma juventude desvairada. O culto selvagem ao corpo e o linguajar
chulo das mulheres de hoje, sepultaram a beleza singela, das moçoilas recatadas,
de um tempo não muito distante. Deixaram de serem escravas de velhos costumes,
para serem devoradas por um consumismo desenfreado.
Sou um grande admirador e defensor
do sexo feminino. A mãe, irmãs, primas, sobrinhas e filhas, são provas de que
minha vida não teria sentido, se elas não existissem no meu universo interior.
Felicito-me em saber, que seguem princípios, escritos e desenhados pelos
antecessores. Por outro lado, choro copiosamente, quando deparo com uma gama de
mulheres, expondo o corpo, como se fosse peça de consumo, sem qualquer
escrúpulo.
Outro dia, uma fedelha, vestiu-se
com roupas minúsculas, ao se preparar para uma festa. Deixou claro que saiu
para ser caçada e não cortejada. Os seios e a polpa das nádegas, quase
expostos, era o chamariz para atrair o macho e, consequentemente, ser devorada
por ele. Dizem que quem gosta de passado é museu, mas reporto aos tempos de
minha infância, na cidade natal. Era lindo ver as meninas faceiras, sendo
cortejadas, enquanto desfilavam delicadamente, ao redor do chafariz ou do
coreto, existente na praça matriz.
Única arma usada para atrair o
pretendente, era o charme no vestir e nos trejeitos de andar. A voz adocicada e
palavras cuidadosamente escolhidas faziam delas verdadeiras joias a serem
conquistadas e levadas ao altar. Hoje, em razão da desvalorização da moeda corrente
(princípios femininos), se forem levadas ao motel, já está de bom tamanho.
Depois de usadas e reusadas, nada mais servem. Quem faz do corpo o seu bem maior,
um dia cai sua cotação na bolsa de valor, dos predadores de plantão. As
ninfetas de hoje, querem apenas copular.
Dói na alma e aperta o coração,
ver a que ponto chegou o universo feminino, onde a vulgaridade impera soberana.
Depois de se oferecerem a preço de banana, acusam os devoradores masculinos
mais afoitos, de assédio ou de violência sexual. Cobram do macho, comportamento
ético e moral esquecendo que, em momento algum da sua trajetória humana, buscou
agir de forma digna e respeitosa.
Ao invés de realçar as qualidades
interiores, a mulher procurou valorizar os glúteos. Bunda para os íntimos. Para
os que fazem apologia ao sexo, quanto mais bunda melhor. Creio que a anatomia
do corpo feminino, não é composta apenas de peito, bunda, coxas e genitália. A
beleza feminina transcende o imaginário físico. Valorizar a bunda é por demais
mesquinhos. Se cobrarem por favores sexuais, são pagas por muito mais do que
valem.
A bunda que abunda, não enaltece;
mas afunda a beleza feminina, na vala profunda da imoralidade.
Peruíbe SP, 13
de fevereiro de 2018.
2 comentários:
Parabéns, um tema forte e bem propício aos dias atuais. Muito bom.
Parabéns, um tema forte e bem propício aos dias atuais. Muito bom.
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