No princípio, Deus
criou o céu e a terra. E vendo que ela
estava sem forma e vazia e, ainda, que caminhava sobre a face do abismo (Gen.
1:2), Deus achou por bem, criar a luz (Gen. 1:3). Isso foi à tarde e a manhã do
primeiro dia. No segundo dia, Deus criou uma expansão de água (Gen. 1:6),
ajuntou-a num canto e chamou de mar (Gen. 1:10). Depois e, aos poucos, Ele foi
criando outras coisas, a fim de embelezar e povoar a terra. Já no sexto dia,
vendo que tudo transcorria na mais perfeita paz e harmonia, sentiu que algum
ser deveria cuidar e dominar a sua criação.
Num lampejo de inspiração divina, Deus
resolveu criar o homem, à sua imagem e semelhança (Gen. 1:27). Isso foi à tarde
e a manhã do sexto dia. Já cansado de moldar a terra ao seu gosto, Deus achou
por bem, descansar e abençoar aquele dia (Gen. 2:2-3). Deitado numa rede e,
tomando uma água de coco, Deus ficou contemplando sua obra prima, por um longo
tempo. Penso que de tanta alegria, Ele foi dormir tarde da noite.
Não sei se de lá para cá, Ele tem
descansado com tanta tranquilidade, como foi no início da criação. Digo isso,
porque, com o passar dos anos, o homem abusando do poder que Deus o concedera começou
a destruir aquilo, que o Pai Celestial construiu com tanto amor e suor. Não sei
se levou só sete dias, do começo da concepção até a conclusão da obra
celestial. Até porque tudo na Sagrada Escritura é figurativo. Como o tempo de
Deus é diferente do nosso, seis dias pode ser seis anos, sessenta, seiscentos,
sessenta mil, sessenta milhões, sessenta bilhões e por aí se vai.
Estando no
Jardim do Éden e ao descansar sob uma frondosa parreira, tenho às mãos, um
tabloide matutino, cuja manchete é: “O Palácio Real informa que a partir de
junho, o Reino Caiçara sairá da escuridão”. É certo que o homem ao ser
criado por Deus, aproveitou o ajuntamento de água e inventou as hidroelétricas
e termoelétricas. A partir de então, pagamos energia até hoje. Deus não
esperava que o homem, além de abusar do poder concedido, inventou a política e
aprendeu a corromper todos os seres viventes e pensantes do universo. Não é à
toa que o Reino Caiçara vive na escuridão, como era no princípio da Criação
Divina (Gen. 1:2).
Não creio que
hoje, Deus consegue descansar tranquilamente, como fez no sexto dia da criação.
Isso porque a criatura, além de desrespeitar o Criador, está acabando com tudo
que foi esculpido com tanto amor e dedicação. No princípio, só havia o Criador,
a natureza por ele desenhada e um homem puro de alma e coração (Adão). A
política e a corrupção, pestes perniciosas que devoram tudo que encontram pela
frente, não estava no imaginário de Deus. As duas pestes daninhas, nasceram com
a maldade e a modernidade, portanto, não estavam no script da Criação.
Desculpem-me
divagar, mas voltando a escuridão do Reino, não sei qual das escuridões
refere-se o monarca, Rei Fabrício. Seria a escuridão física, por falta de
iluminação pública nas ruas das províncias ou a escuridão moral e ética, por
falta de comprometimento na condução ilibada da coisa pública? Pode ser também,
a escuridão da falta de conhecimento de um povo criado e conduzido sob o
cabresto dos coronéis do campo, algo comum desde a colonização.
Tirar o reino
da escuridão, não será tarefa fácil para um monarca comprometido com o passado
negro da monarquia. É certo que o Parlamento (Câmara dos Comuns e Câmara dos
Lordes) vive num breu enorme, onde a escuridão da honra, tal qual uma nuvem
negra, ofusca os olhos e as mentes dos que ali estão. Eles cuidam do próprio
umbigo e não veem as necessidades de um povo pobre e humilde.
Os súditos e
os vassalos, não mais acreditam em promessas vãs, uma vez que, já há séculos,
vem sendo ludibriados por mandatários inescrupulosos e por bajuladores
nojentos. A corte do Reino Caiçara, ao que parece, continuará na escuridão, por
muitos séculos. Até porque, é na escuridão, onde repousa o trono, que as coisas
escusas brotam, florescem e são colhidas, para o deleite daqueles que se
assenhoram do poder.
“Fiat
lux”, disse Deus alegremente, nos dias da criação. “Fiat
tenebris”, disse o homem, ao abusar do poder, concedido pelo Criador.
P.S: Fiat lux –
faça-se a luz. Fiat tenebris – faça-se as trevas.
Peruíbe SP, 03
de junho de 2017.
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