segunda-feira, 26 de novembro de 2012

INFÂNCIA PERDIDA (2)

                         Estou certo de que o relógio da vida não volta no tempo. A mola propulsora, que nos conduz ao futuro desconhecido, não se apieda do nosso destino. Somos levados a acreditar nas benesses do progresso, embora a incerteza do amanhã, nos espreita na próxima esquina. Feito animal rumo ao matadouro, nós seguimos as pegadas de seres inescrupulosos, os quais visam senão, a ganância que corrói a alma.
                        Nessa corrida desenfreada, perdemos a simplicidade da vida e caímos no vazio da existência, onde o ouro conquistado, não enriquece em nada a terra árida do espírito. Embora saibamos de tudo isso, persistimos em acreditar que tudo é bom e belo, quando, na realidade, não passa de um engodo. A natureza em toda sua magnitude, nos mostra o rumo a ser seguido. Enraivecida, procura cobrar aquilo que lhe foi arrancado de forma cruel, mas, mesmo assim, devolve-nos com gratidão, o pão e o leite.
                        Mas o que me preocupa sobremaneira, custando-me longas noites de sono, é a forma inescrupulosa com que lançam mão da inocência de crianças indefesas. Primeiro, roubam-lhes o direito de viver e sonhar. Depois, covardemente lançam-nas ao covil de leões famintos por dinheiro, sexo, droga, violência e toda sorte de mazelas.
                        Sentados na arquibancada da inércia total, nós assistimos calados, a derrocada de uma infância nati-morta, como se o futuro não dependesse dela. Como se a nossa geração, fosse o último estágio a ser cumprido pela galáxia. Ora, a cegueira de nossos corações, tornam negras as noites de nossa existência! Por que não lançamos mãos da espada da justiça e saímos para a luta, em defesa de nossas crianças, verdadeiras representantes de nossos ideais? Afinal de contas, cabem a elas, dar continuidade a nossa espécie, neste planeta tão maluco, porém, tão belo.
                        Ainda é tempo. Não sejamos hipócritas em acreditar que os poderosos, representados por uma imprensa pervertida, empresários desprovidos de bem-aventurança, falsos profetas vociferando citações bíblicas, instituições travestidas de filantropia, políticos corruptos, pessoas escravas da libertinagem, irão acolher e salvar nossas crianças do extermínio físico e moral.
                        Elas, nossa maior riqueza, estão sendo arregimentadas para o crime, o sexo, o tráfico e o trabalho escravo. Usando como pano de fundo a miséria, são arrancadas violenta e covardemente dos seios de suas famílias. Em seguida, são entregues a uma sociedade materialista e desumana. Depois de usar e abusar da infância dessas crianças indefesas, abandonam pelas ruas da indiferença, como se culpados não fossem.
                        Lembro-me pesarosamente, da minha infância simples, numa cidade interiorana, onde o único compromisso que tínhamos, era com a liberdade de ser criança. Onde o tempo não tinha pressa e a palavra maldade, não existia no dicionário da nossa inocência.
                        Parafraseando o poeta e com os olhos voltados para o futuro, digo: “Oh, que saudades que tenho. Da aurora da minha vida. Da minha infância querida. Que os anos não trazem mais”.

Peruíbe SP, 03 de abril de 2006

LÁ VEM MINHA INFÂNCIA

Lá vem minha infância
Montada num alazão
Galopando no tempo
Sem pressa, sem razão.
Lá vem minha infância
Em noites de sereno
Com olhar no passado
Brincando de inocente.
Lá vem minha infância
Correndo pela calçada
Saudando sua vida
E dela achando graça.
Lá vem minha infância
Vestida de rara beleza
Numa linda constelação
De milhões de estrelas.
Lá vem minha infância
Banhada de santidade
Tão bela e tão simples
Despida de vaidade.
Lá vem minha infância
Assim de pulo em pulo
E também lá vou eu
Sem pensar no futuro.
Peruíbe SP, 23 de agosto de 2011

terça-feira, 13 de novembro de 2012

NO DIA EM QUE A CIDADE PAROU

          Manhã de domingo. Irradiante de felicidade e com uma paz enorme no coração, apanhei a bíblia e o rosário, rumando para a igreja matriz. Eu embriagado de tanta felicidade, nada percebi ao longo do caminho. “Salve rainha, mãe de misericórdia... Pai nosso, que estais no céu... Ave Maria, cheia de graça...”, assim mentalizava as orações repetitivas e maçantes do ritual litúrgico. Aos domingos, tinha por costume, esquecer as mazelas da vida. Já não bastavam as atribulações da semana? Embora criança, eu aprendi no catecismo, dar a Cesar o que é de Cesar e a Cristo o que é de Cristo.
                        Mas ao subir as escadarias, vi que a porta estava fechada. Será que cheguei atrasado ou fui excluído da homilia? Se não cometi heresia, então por que tal penitência? Dei uma volta em torno da santa igreja e tudo fechado. O sino preso à torre de madeira estava estático; o badalo tão cantante, inerte. O alto falante, que anunciava os atos episcopais e os féretros, estava triste e mudo. No céu de brigadeiro, nenhuma andorinha com sua coreografia divinal.   
                        Foi nesse momento, que dei conta da cidade deserta, enlouqueci. Olhei ao derredor e me deparei com um silêncio estonteante. Nada acontecia, como que se um vendaval tivesse varrido do mapa, a vida bucólica da minha cidade. Por onde andavam as pessoas, os animais, a correria do dia-a-dia, o perfume das flores, o bailar das árvores, os seios fartos debruçados na janela, a canção alegre do rio, os beijos enamorados... por onde andava a minha cidade?
                        Perdido dentro de mim, eu percorri as ruas descalças e as esquinas mudas. Procurei pelas pessoas da minha infância e não estavam lá. O padeiro Onofre, solou a massa. O leiteiro João, derramou o leite da vida. O delegado Orlando, encarcerou a última esperança. O médico Sheizu, não tinha receita para o desânimo. A professora Almada, fechou a página da cartilha “Caminho Suave”. Procurei por mim e não me encontrei. A minha cidade era um quadro opaco, pendurado na parede da infância distante.
                        A quem deveria recorrer para saber o que estava acontecendo, se não tinha uma viva alma perambulando pelas ruas? Teriam as pessoas sido abduzidas e levadas para o desterro do desconhecido? Uma cidade encantadora, não poderia padecer de tamanha amargura e injustiça. Se eu encontrasse o alcaide ou o delegado, cobraria providências. Mas ao padre, pediria que exorcizasse a solidão do meu povo. Pediria ao médico que curasse a inércia de quem deveria lutar pelo bem comum.
                        Por um momento, sentei-me no meio fio e chorei longamente. Tal qual uma criança abandonada pelos pais, solucei. Não podia compreender como tudo aconteceu tão repentinamente e sem uma explicação plausível. Por um momento, senti-me órfão da vida e de mim, inseguro. As flores inodoras, o vento invisível, as casas fechadas dentro de si, os quintais vazios das traquinagens infantis, as ruas em passos lentos, os bares sem o tintilar dos copos, davam a exata dimensão da minha tristeza. E se eu rezasse? E se eu clamasse aos céus? E se eu me indignasse? Isso resolveria? De quem era a culpa de tamanha ignomínia levantada contra meu povo?
                        Ao recobrar-me do choro e depois de secar as lágrimas, respirei fundo e me recompus. Precisava buscar uma resposta para entender o porquê da minha cidade deserta. Não sei de onde viria a voz da verdade, já que nenhuma autoridade constituída  estava presente. Embora na tenra idade, eu tinha o direito de redescobrir a beleza da minha cidade e a alegria do meu povo. A minha inquietação e revolta haveria de ter resultados surpreendentes. Não nasci para aceitar com passividade o que não conseguia compreender.
                        Embora pequena, minha cidade tinha uma rotina. E era isso que dava vida e impulsionava as pessoas para o futuro, com planos sólidos e serenos. Mas deserta, daquele jeito que eu via, sem sangue em suas artérias, entristeceu-me. Tinha violência? Nada que causasse trauma ou polêmica, basta ver a cela da cadeia sempre vazia e o delegado tomando cachaça no “Bar do Aname”. Um ladrão de galinha, uma briga de comadres, um acidente de charrete, um marido enciumado, nada mais.
                        Ainda ali no meio fio, abri a bíblia, danei a rezar e a invocar a santidade do padre Antônio. O silêncio ecoava pelos quatros cantos e me torturava. Queria uma resposta e não tinha. Por que levaram a alma da minha cidade, arrebataram seu coração e sucumbiram o brilho de seus olhos? Queria de volta o sangue da alegria, que pulsava em suas artérias, pois esse era meu direito, como filho dela. Ninguém tinha o direito de calar a sua voz e empalidecer o seu encanto.
                        Foi então que percebi, num momento de lucidez e desprovido de emoção, que a minha cidade parou, não por desígnio de Deus; mas, sim, num toque de recolher, imposto pelo crime organizado.

Obs: Os nomes são fictícios e qualquer semelhança com pessoas reais, são meras coincidências.

Peruibe SP, 13 de novembro de 2012

sábado, 3 de novembro de 2012

A NOVA RAINHA

                     Passei longos dias, diante do palácio real, como todo bom cidadão, ou melhor, plebeu, aguardando o anúncio de quem seria a nova rainha, regente soberana. Enfrentei sol e chuva, fome e sede, dor e cansaço, ansiedade e tantos outros sentimentos, a fim de ter o prazer de poder saudá-la pela primeira vez, como governanta dessa terra tupiniquim. Nunca antes na história desse país, digo, dessa terra, se aguardou com tanto desejo, tal anúncio.
                      Quando ela apareceu na sacada, com um leve sorriso no rosto e um aceno de mão, o povo aplaudiu e vi renascer a esperança nos olhos de cada um. Engraçado como as pessoas sentem falta de carinho e proteção. A figura tranquila da monarca representa o colo singelo da mãe, que busca dar ao filho, a noção exata do porto seguro, que tanto se almeja.
                      Fez um rápido discurso de agradecimento ao apoio recebido, prometeu ser fiel aos súditos e, ainda, defender os interesses do reino. Jurou cumprir e defender a Constituição, não esquecendo, também, da obediência incondicional á Deus. Percebi no semblante dela, uma expressão não só de alegria, mas, também, de responsabilidade. Havia muito que se fazer naquele reino. Organizar o palácio e as províncias, não constituía tarefa fácil.
                      Notei que ladeava a monarca, um grupo de pessoas, creio que de sua extrema confiança. Lá estavam, dentre elas, o beato Salú – arcebispo da capela real, Patrus – tenor e cantor de ópera, Olinto – historiador da corte e Antero – porta voz, mestre de cerimônia e ajudante de ordens. Confesso que me causou espanto, vê-la ao lado de pessoas não bem quistas pelos seus vassalos e plebeus. Para nós, a rainha é a mãe protetora. Portanto, não queremos vê-la mal acompanhada.
                      A chegada da nova rainha implica em urgentes mudanças nos costumes e decisões do palácio, bem como, da corte, das províncias e das capitanias hereditárias. O povo que a ovacionou, quando a viu na sacada, é o mesmo que clama por justiça. Ele estava cansado de falsas promessas e explorações. De tanto sofrer, acreditou no sonho desenhado pela monarca e espero que ela não o decepcione. Os ansiosos súditos aguardavam a nomeação dos colaboradores diretos da corte.
                      Quem serão os escolhidos, que ocuparão os postos chaves do reino? Quais são seus planos de governo e as obras iniciais? Como conduzirá a economia e as finanças da nação? O seu perfil, diante das relações exteriores com os reinos vizinhos e além-mar, como se desenvolverá? E as províncias, como serão tratadas por ela e pelos seus assessores mais próximos? Uma série de perguntas e incertezas toma conta dos súditos sofridos, porém, esperançosos.
                      Quem será o seu primeiro ministro, o todo poderoso. Não há de ser aquele que a lesou, ainda quando aspirava ao trono. E o procurador geral, não há de ser aquele que lesou os cofres públicos em eras passadas. E o ministro da defesa, nem passa pela ideia de que seja um despreparado agitador político. Temo que seu porta-voz, seja aquele que a blindou e a afastou do cheiro do povo. Nessa gama de preocupações, não quero que o ministro do tesouro, seja uma ave de rapina, faminta por patacas (moeda real), ás custas das desgraças do povo.
                      Também, os admiradores da rainha desejam saber como será o relacionamento dela com a Câmara dos Comuns (congresso) e o Parlamento, uma vez que ela tem apoio da maioria absoluta dos congressistas e parlamentares. Cremos que não haverá barganha e nem loteamento da coisa pública. Confiamos que os legisladores exercerão com maestria, o dever primordial de criar leis e fiscalizar os atos do primeiro ministro. É sabido que na monarquia, a rainha reina, mas não governa; cabendo esse ato, ao primeiro ministro.
                      O que se espera da nova governanta, é que não se permita que caminhem de mãos dadas pelos corredores palacianos, arrogância, corrupção, nepotismo, negociatas escusas, malversação do dinheiro público, luxurias e pompas em benefício próprio, assessores inescrupulosos, censura de expressão, descaso com os lamentos do povo, perseguições aos adversários, injustiças sociais e desrespeito aos sonhos dos súditos. Acima de tudo, o que se espera dela, é que seja firme e justa em suas decisões. Que não se deixe levar por maus conselhos, vindos de pessoas inescrupulosas, que a cercam e bajulam.
                      Eu, particularmente, súdito admirador e fiel clamo para que a sala do trono esteja sempre aberta, não só para a família real, seus colaboradores diretos e bajuladores desavergonhados, mas, o que é mais importante, para os habitantes de uma nação, a quem ela propôs representar com dignidade e responsabilidade. Se assim agir, encontrará um exército de bravos soldados, dispostos a morrerem pela pátria. Todos empunharão suas espadas, em defesa da monarca e de todo o reino. Se, ao contrário, será aprisionada na masmorra do esquecimento. 
                      Enquanto a rainha acenava e eu divagava em pensamentos, um italiano emocionado disse: “Abbiamo una nuova Regina”. Um francês, muito gentil, exclamou: “Nous avons une noevelle reine”. Um alemão carrancudo, sussurrou: “Wir haben eine nue konigin”. Um inglês solitário, pensou: “We have a new Queen”. Mas eu, preocupado com destino traçado ao reino, exclamei ao céu: “Deus salve a rainha!”.

Obs: Todas as frases estrangeiras, siginifcam: "Temos uma nova rainha".

Peruibe SP, 03 de novembro de 2012

segunda-feira, 22 de outubro de 2012

A SOLIDAO

Eu não sei quem inventou,
Meu Deus, a tal de solidão:
Penso: Quem nunca amou,
Um ser vazio, sem coração.

Peço então, que desinvente
Antes que me enlouqueça,
Disso sei, sofre muita gente
Ataca coração, alma, cabeça.

Se durar por longo tempo
Perde-se a beleza da vida.
A alegria vai com o vento
Morre coração, alma grita.

Solidão sei: não se inventa,
Na verdade, esquece, apaga
Se fôr morte, que seja lenta
No corpo da pessoa amada!

Peruibe SP, 23 de outubro de 2012

quarta-feira, 17 de outubro de 2012

CANSADO

Estou cansado de todos,


Estou cansado dessa lida;

Estou cansado de ser bobo

Estou cansado dessa vida.



Cansado de ser inseto,

Cansado de me rastejar;

Casado de ser só resto,

Cansado de tanto chorar



Cansado de ser sincero

Cansado de tanto gritar

Cansado de ser o verme

Cansado de tanto amar.



Cansado só de escrever

Cansado de viver ilusão

Cansado assim de sofrer

Cansado de não dizer não.



Peruibe SP, 17 de outubro de 2012

sexta-feira, 12 de outubro de 2012

PALANQUE - ILHA DA FANTASIA

             Quem sonha só, não sonha: é só. Por isso, é necessário que compartilhemos os nossos sonhos. Entendo porque grandes lideres, mágicos e oradores, vivem rodeados de pessoas. O sonho só ganha uma forma encantadora, quando sonhado por todos. Sozinho, o sonho não passa de uma mera divagação. Ao sonhar num poema, sendo ele publicado, o poeta divide com o universo o seu sonho, tornando-se assim algo mágico e não apenas uma letra morta.


             Por ser povo, passei a acompanhar os comícios de meu condado, a fim de poder avaliar as propostas de governanças dos candidatos, tanto do executivo, quanto do legislativo. Em que pese os gritos eufóricos de cabras eleitorais, representados por bandeiras de quem os custeavam, portanto, sem valor de convencimento, observei atentamente, cada palavra, frase ou proposta.

             Primeiro, em sua maioria, assassinaram a língua portuguesa, para, em seguida, através de filosofias vãs, viajarem não numa nave interplanetária, mas na maionese de falsas ou inviáveis promessas de benfeitorias ao município. As promessas iam desde saúde, educação e segurança para todos, até construção de pontes ou do bataclã (puteiro) para deleite dos varões e preocupações das beatas de nossa cidade.

             O povo, massa de manobra, ao som de marchas politilescas, ficava hipnotizado com o que se via e ouvia. Ali no palanque, montado sobre carroceira de caminhão, os candidatos levavam-nos a sonhar numa cidade perfeita, onde tudo acontecia mil maravilhas. Ali, o meu condado não tinha problemas de emprego, saúde, educação, transporte, segurança, alimentação, etc e tal. O que é mais importante, todos os políticos (prefeito e vereadores), eram todos trabalhadores e honestos. Além é claro, de não estarem preocupados com seus salários, mas, sim, apenas fazerem filantropia.

             Não me preocupei com as brigas entres cabras eleitorais dos candidatos, mas com a enxurrada de mentiras e de falsas promessas. Projetos inviáveis que barravam na inconstitucionalidade das leis ou na falta de recursos financeiros. Cheguei a acreditar que os candidatos, após eleitos, não iriam participar de licitações fraudulentas, tráfico influência, perseguições ideológicas, nepotismo ou desvio de verbas. Cheguei a emocionar e quase fui às lagrimas, com frases de efeito.

             Houve um momento, que vi a minha cidade desenhada sobre o palanque, onde tudo era perfeito. Achei e sonhei que, com a graça e a magia dos oradores, a minha cidade não era Peruíbe SP, mas, sim, a Ilha da Fantasia. Deixei minhas frustrações sentimentais, financeiras, profissionais e tudo mais, para trás. Questionei-me: ”Por que ficar auto flagelando, se moro numa cidade maravilhosa, onde nada de mal acontece? Onde as pessoas e, em especial, os políticos e governantes, estão propensas ao amor e a fraternidade?”.

             Cheguei a pensar e ir embora para Passárgada, pois lá seria amigo do rei, teria a mulher que queria, na cama que escolheria. Mas diante do que os políticos prometeram no palanque, vi que estaria cometendo uma injustiça, indo para Passárgada. Penso que aqui, além de ser amigo do rei, terei a mulher que quero na cama que escolherei, mas, acima de tudo, jamais passarei por privações, sejam elas financeiras ou sentimentais. Nessa Ilha da Fantasia, irei criar meus filhos e netos e quiçá, até a décima geração de minha linhagem.

            Não sou padre para guardar segredo, por isso, falo alto e em bom tom: “De boas intenções, o inferno está cheio”. Nesse período, todos se travestem de trabalhadores, honestos e santos. Não quero cometer a heresia de dizer que se assemelham a Deus, mas querem me convencer de que fazem milagres. A varinha de condão desses mágicos (políticos) trabalha diuturnamente, resolvendo todas as mazelas de um povo simples, honesto e trabalhador. Com o dom da oratória, os candidatos arrastam o povo para a embriaguez da ignorância política.

            Houve um momento de lucidez, que me vi que fora do palanque, onde a minha cidade assemelhava-se a Sucupira, cidade fictícia do seriado “Bem Amado”, escrito por Dias Gomes, por onde perambulavam: Odorico Paraguaçu, Zeca Diabo, Dirceu Borboleta, as cajazeiras. Com a promessa de construir um cemitério na cidade, o candidato Odorico Paraguaçu foi eleito. Uma vez no cargo, usou de todas as falcatruas políticas, que iam desde retirada de verbas de áreas essências, até o superfaturamento, na construção do tal cemitério.

             “Não se ganha uma eleição, dizendo a verdade”. Neste jogo de cartas marcadas, só a burguesia continua gargalhando.



terça-feira, 11 de setembro de 2012

REDOMA DE VIDRO

                        “Maria cria a filha numa redoma de vido, temendo que ela seja deflorada antes do tempo”. Talvez essa narrativa, um tanto prolixa, pudesse iniciar assim. Achei bonita a palavra redoma de vidro e, curiosamente, fui buscar no Aurélio *, o seu significado. Portanto, ei-lo: “espécie de campânula de vidro, usada para proteger objetos delicados ou alimentos; manga de vidro, de forma abobadada, para resguardar do ar e da poeira, objetos delicados; (sentido figurado) manter-se em redoma, acautelar-se excessivamente, cuidar-se em demasia, diz-se de uma situação superprotetora”.
                        Fico imaginando, porque as pessoas têm por mania blindarem aquilo que é público e, por conseguinte, de acesso irrestrito. Se fosse de propriedade particular, sou obrigado a aceitar; mas por se tratar de algo de interesse público, isso me revolta. Eu pergunto: “Por qual motivo agem assim?” “Por mero ciúme ou medo de perderem a teta, da qual sonham desfrutar num futuro não muito distante?”.
                        Estamos num período, onde muitos sonham sentarem-se no trono do poder e, outros por sua vez, alimentarem-se das migalhas da bajulação. Nós, com o título eleitoral nas mãos, numa democracia de fazer inveja aos países de primeiro mundo, ficamos sentados na sarjeta da ignorância, assistindo a este espetáculo repugnante. E, o que é pior, regozijamos em ver como se comportam os bajuladores e os bajulados.
                        Em torno dessas pessoas endeusadas, estão seres inescrupulosos, como moscas ao redor do lixo fétido. São como os três mosqueteiros que, por muito tempo, blindaram um ex-presidente e quase o jogou na vala profunda da história desse país. Essas pessoas estão à espreita das benesses pessoais, que possam vir a gozarem, caso os seus protegidos, venham galgar os postos que almejam.
                        Dias atrás, depois de muita luta, consegui chegar até uma das candidatas a prefeita de minha cidade, a quem expus o desejo de colaborar na elaboração de seu plano de governo. Muito gentil, anotou meu telefone e pediu que seu porta-voz, posteriormente, entrasse em contato comigo. Ledo engano eu achar que ele assim o faria. Não tenho objeto de barganha, que despertasse o interesse dele em voltar a falar comigo. Por outro lado, não represento risco para ele e nem para aqueles que desejam, desesperadamente, uma fatia do bolo.
                        Ao ver o plano de governo, transcrito num panfleto, jogado na “feira de domingo”, percebi uma qualidade pífia. Entristeço-me em ver que uma candidata de tamanha envergadura, esteja rodeada de pessoas incapazes e, o que é pior, desesperadas em atenderem interesses próprios e, ainda, de uma visão administrativa, que não vai além de seus umbigos. “Mas o povo?”, eu pergunto. Ora o povo! Ele é apenas uma moeda de barganha. Nada mais.
                        Não sei se a pessoa que está na redoma de vidro, tem a noção exata do que isso representa para si e para aqueles que verdadeiramente a admiram, não para os que a bajulam. Não creio que ela prefira mais o cheiro de cavalo a cheiro do povo, como disse um ex-presidente militar. Para quem deseja representar realmente o povo, deve, antes de tudo, estar no meio dele, a fim de sentir seus sonhos e as suas lamúrias. Os mosqueteiros, nada entendem de poder e muito menos de povo.
                        Este episódio faz-me lembrar da obra “A Revolução dos Bichos”, de Eric Arthur Blair, conhecido como George Orwell. Nela Bola de Neve, o porco, é eleito presidente, com o objetivo de expulsar os humanos da fazenda e defender os interesses dos animais. Logo após eleito, é traído pelo porco Napoleão. Ao final da história, Napoleão assenhoreado do poder, passou a explorar e a torturar os animais, assim como agia Jones, o humano, quando comandava a fazenda “Granja do Solar”. Lembro-me que, quando do inicio da campanha, o porco era endeusado por aqueles que, assim como ele, sonhavam com as benesses do poder.
                        Assim como na ficção, tenho medo de que a pessoa endeusada, por conta da mente maquiavélica de seus mosqueteiros, possa enveredar pelos caminhos da embriaguez pelo poder. E ao final da história, assim como na “Granja do Solar”, o povo poderá sofrer todas as consequências daquilo que, à principio, pensava ser bom, em razão do poder de convencimento dos mosqueteiros.
                        Debruçado na janela do tempo e observando o sol da esperança que se avizinha, sonho com a quebra da redoma de vidro. E que a pessoa, antes endeusada pelos mosqueteiros e demais asseclas, possa se transformar em povo. Ao se lançar aos braços do povo, de onde emana o verdadeiro poder, encontrará a proteção sincera para governar. Diz a Constituição Brasileira: “Todo poder emana do povo e, em seu nome, será exercido”. Portanto, salvo melhor juízo, o poder não emana de bajuladores ou de espertalhões.
(*) Novo Dicionário da Língua Portuguesa, de Aurélio Buarque de Holanda Ferreira

Peruibe SP, 27 de agosto de 2012

TERRA NATAL


                               Deixei minha terra natal, nos idos de 1975. Lá ficaram minhas memórias de infância e o sonho inocente de ser feliz. Deixar a terra natal é como aceitar a autoflagelação. Dói e como dói, meu Deus! Olhar para trás e ver que, aos poucos, a imagem da mãe acolhedora, vai sumindo na linha do horizonte. Dá uma triste sensação de abandono ou de renegação da própria história. Parece que estamos aceitando a perda da própria identidade. Dói e como dói, meu Deus!
                        É da terra natal, que brota a nossa formação ética e moral, os nossos sonhos infantis, as ilusões de um futuro melhor e até, quem sabe, as nossas fantasias de felicidades amorosas. Ela tem esse dom de nos moldar, porque nos recebe no berço da imaturidade, isto é, com a “moleira” aberta e com a mente propensa ao amor e a bondade. Ela é a mãe generosa, que entrega os seios repletos de amor e que saciarão nossos desejos vorazes de vencermos na vida.
                        Não importa o tamanho da terra natal, porque mãe é sempre mãe. Mas a minha, em especial, por ser pequena, tem um “que” de ternura, de fragilidade, de vontade de pegar no colo. Sabe quando a mãe de tão bela e pura, mais parece filha. É assim a minha terra natal. Suas ruas calmas e descalças, parecem as artérias, por onde correm o sangue eterno da minha existência. Sua praça matriz, tem a geometria exata do meu coração, onde se abrigam as pessoas que dela precisam de carinho.
                        Deixei minha terra natal, nos idos de 1975. Mas a minha alma e meu coração, caminham pelas ruas e praças, em passos lentos e saudosos, porque dela jamais me apartei. Não se cortou o cordão umbilical, porque entre nós, há um laço eterno. Ali repousam meus avós paternos e meu pai e, também, residem parentes meus. Amigos de infância e velhos conhecidos, já não sei. O mundo gira e a vida segue sua rotina, por isso, não sei do movimento de rotação do destino de cada um.
                        Quando deixei minha terra natal, nos idos de 1975, ela passou a ser um quadro pendurado na parede da minha imaginação. Lembro que meu confrade Carlos Drumond de Andrade também sentiu-se assim, quando deixou sua mãe Itabira MG. Suas casas singelas, comércio movimentado, praça florida, ruas descalças, campo de futubel e a festa japonesa realizada ali no sete de setembro, casas de meretricio, parteira "mãe Joana", povo de palavreado acaipirado, frutas no pomar, riachos de águas cristalinas, galinhas no quintal, boi no curral e o lanche no recreio do grupo escolar, são detalhes marcantes na pintura, do quadro pendurado na parede, da minha saudade.
                        Dia desses, resolvi voltar à minha terra natal, motivado por uma incontrolável saudade. Não deveria ter seguido meus instintos, mas fui. Queria dar um forte abraço nela, isso do tamanho da minha eterna gratidão. Queria relembrar de detalhes preciosos, daquele quadro pendurado na parede. Não deveria ter ido, mas fui. Segui os instintos do coração e não da razão. Agi como se fosse um adolescente apaixonado.
                        Ao chegar, fui surpreendido com outra cidade, situada ao norte, onde antes era só mato e que o local era chamado de “caixa d´água”. Isso porque ali existiu um reservatório de distribuição de água tratada. Ruas, casas, comércios e moradores, todos estranhos, portando, não reconheci como parte da minha terra natal. Ao transpor a linha divisória do grupo escolar, adentrei no meu território antigo. Não deveria ter ido, mas fui.
                        Sem pressa, passei a percorrer as ruas da minha terra natal antiga. Meus olhos, como se fossem a lente imperdoável de uma máquina fotográfica, queriam registrar cada detalhe ou sinal de distorção daquilo, que minha mente deixara gravada, no idos de 1975. Portas, janelas, telhados, quintais, cercas, árvores, comércios, praça, ruas, esquinas, nada passou despercebido. Durante aquela busca incessante, entre o passado e o presente, senti que uma lágrima solitária, surgiu no canto do meu olho.
                        Ela traduziu no pequeno gesto, o meu desespero de ver que, além do estado de abandono do patrimônio histórico, eu também não conseguia relembrar com exatidão, onde moravam pessoas que fizeram parte da minha infância. Ao olhar para cada casa abandonada, queria encontrar desesperadamente suas almas interiores, traduzidas pela imagem viva das pessoas que tanto amei e que tanta saudade eu sinto.
                        Para completar essa enxurrada de tristeza, a casa da Rua Rui Barbosa, nº 118, onde vivi, desde os primeiros dias de vida, uma vez que nasci no bairro Glória, foi totalmente modificada, na sua parte frontal. Vi que, num tiro de misericórdia, sepultaram para sempre a minha história. Não quero aqui condenar ninguém, até porque a fila anda e a história serve apenas para registrar momentos inesquecíveis. Mas desejo do fundo da minha alma, dizer a minha terra natal que, em que pese tê-la deixado nos idos de 1975, jamais vou alterar da minha memória, os traços de ternura e de gratidão por ter sido seu filho e dela ter recebido todo o seu afago.
                        Jamais apagará da minha memória, a brincadeiras infantis nas noites enluaradas, correrias nas enxurradas das chuvas de verão, os galhos dobrados de manga bourbon, as algazarras na hora do recreio, as caçadas de estilingue, as boiadas pelas estradas vicinais, a comida no fogão a lenha, o chá de poejo, as história de assombração contadas pela avó, as folias de reis, as procissões e o badalar do sino de madeira, ao lado da igreja matriz, a contemplação do busto dos fundadores e por ai se vai.
                        Sé me resta, nesse mar de saudades, dizer-te: “GUAIMBE SP, MINHA TERRA NATAL, EU TE AMO!”.    

Peruibe SP, 10 de setembro de 2012 

domingo, 2 de setembro de 2012

PENSAMENTO DISTANTE

Meu pensamento está distante,

Entre mundo, galáxia e deserto.

Feito louco, perdido e retirante;

Sem saber o que é errado, certo.



E ele que já acreditou em tudo:

Em verdades, juras e promessas

Hoje, anda quieto, triste e mudo

Espreitando o mundo pela fresta.



Se a estrada foi tortuosa, ingrata

Se o horizonte dele se escondeu.

Nada abala, sabe que tudo passa

Essa é a vida, o desígnio de Deus.



Mas por ser tão puro, tão santo,

Não se importa de sofrer assim.

Um dia, sei, para nosso espanto,

Encontrará a felicidade sem fim.



Peruíbe SP, 02 de setembro de 2012

quinta-feira, 30 de agosto de 2012

AMOR DEVASSO

O meu amor é tão devasso

Sem escrúpulo, sem pudor

Se penso que me satisfaço

Quer mais, da minha flor!!



O meu amor não tem limite

O seu fogo nunca se apaga.

Se não quero que arrisque,

Ele não me ouve, disfarça.



O meu amor é uma chama

Que queima e que se arde

Incendeia o lençol a cama

Num desejo sem vaidade.



O meu amor é tão bandido;

E assim satisfaz sua amada

Gosta do prazer escondido

Como a lua na madrugada.



O meu amor é tão perverso

E de uma candura sem fim

Que se não couber no verso

Caberá no teu sexo, em mim.



Peruíbe SP, 30 de agosto de 2012

sábado, 25 de agosto de 2012

A FLECHA DO CUPIDO

O meu coração foi atingido,

Por uma flecha tão certeira

A doce flecha de um cupido

De uma paixão tão cegueira.



Hoje, oh Deus, é prisioneiro

De sentimento tão violento,

Ele sofre calado dia inteiro,

E busca consolo por dentro.



Triste se definha aos poucos

Por saber que tudo é ilusão.

E podem chamá-lo de louco

Sofrer são coisas do coração.



Mas se tudo, um dia passa,

Assim como é tudo na vida.

Que seja com leveza, graça

No colo da pessoa querida.



Peruíbe SP, 24 de agosto de 2012

domingo, 18 de março de 2012

LONGA ESPERA

Foi preciso percorrer uma estrada deserta
Longa e perdida dentro de mim e descobrir
Que você existe assim, bela, dentro de mim.
Foi preciso mais do que isso, minha amada,
Percorrer toda a existência da minha vida,
E descobrir que você é linda e um sonho,
Tão encantador e tão real que me encanta
E te faz mulher, bela, pecadora e tão santa,
E que me faz tão feliz e que só isso me basta.
Foi preciso me despir e me perder em mim,
Para descobrir que você é a minha felicidade
Dividida em parte e completa e em pedaços
E que só eu me completo, quando eu te acho.
Assim despida no leito depois do amor total.
Porque nua, você é a tradução do meu amor
Sem medo, sem preconceito e sem pudor.
Você, minha amada, minha mulher, meu eu,
Guarda em si, sei, todos os segredos da vida.
Por isso, hei de te fazer feliz, alegre, prometo.
Hei de te dar este meu coração e o meu peito,
Para que possa encontrar a paz a e felicidade,
Que tanto buscou e o amor que tanto almeja.
Simplesmente, porque é minha doce princesa,
Que, um dia, assim, tanto sonho tanto sonhei.
Foi preciso eu percorrer, amor, a vida inteira,
Para saber que você estava tão perto de mim
E que só esperava o meu beijo e meu abraço.

Peruibe SP, 18 de março de 2012

quarta-feira, 29 de fevereiro de 2012

ALMAS GEMEAS

Somos assim, minha esposa eterna
Dois corpos nus, calados e suados,
Sob leito sagrado da longa espera
Feito dois corações entrelaçados.

Todos nossos desejos ali despidos
Saciando as nossas almas gêmeas.
E o beijo, feito a flecha do cupido,
Excitando-nos, até perder o juízo.

Em silêncio, é declarado o amor.
E em paz repousa a doce amada
Pois o seu prazer de flor em flor,
Perfuma o leito e a madrugada.

O calor, o suor, o cheiro, o toque,
Numa busca incansável do prazer
Há um mistério que nos envolve,
Se não é o amor, o que pode ser?

Peruibe SP, 29 de fevereiro de 2012

terça-feira, 7 de fevereiro de 2012

AMOR SEM FIM

Por que te amo assim, minha mulher
Feito louco, sem jeito e sem medida.
Uma criança, carente que tudo quer
Buscando em ti amor, ser protegida?

Por que não fujo de ti, ao amanhecer
Sem deixar na minha alma, pegadas?
Fico assim perdido nesse bem querer
Quero o teu colo, minha linda amada.

Por que busco, assim a todo instante,
Teu corpo, beijo e o teu forte abraço?
É por ser minha esposa e não amante
Penso que só me perco, se eu te acho.

Por que enlouqueço com teu carinho
De prazer, sem querer, eu embriago.
Não sei, amada, viver mais sozinho.
Longe de ti , do olhar, deste teu afago

Por que te desejo tanto, oh princesa,
Sem perceber que faz parte de mim?
Acho que meu coração só te deseja,
Porque é um sonho lindo, sem fim!


Peruíbe SP, 07 de fevereiro de 2012

AMOR A DERIVA

Amor se vai por entre os dedos,
Como as ondas, num vai e vem.
Levando todos nossos segredos
Fica felicidade, não vá meu bem.

Meu desejo navega pelos mares
De fantasias, sonhos e quimeras.
Se a deriva, um dia, encontrares
Diz que meu corpo ainda espera.

A amada calada, em paz, sofre.
E urgente, resgatá-la eu preciso
De forma pura, num ato nobre
Pois, sem ela, eu perco o juízo.

Ela será tão feliz em firme terra
Eu não a deixarei fugir de mim.
E em felicidade o amor encerra,
Porque a amo e o amor é assim!

Peruíbe SP, 07 de fevereiro de 2011

terça-feira, 10 de janeiro de 2012

BELEZA SEDUTORA

Branca pele, pele nua
Macia como a pluma.
E tão bela como a lua
Devora-me, oh puma.

Beleza que me seduz
De amor e de pureza
E no olhar vê tua luz,
De amor, oh princesa

Tua garra, me devora
Num desejo tão voraz
Se feliz morrer agora,
Que diferença me faz?

Bebo deste teu desejo,
Descanso no cansaço
E de prazer me perco
Se me perco, te acho.

Peruíbe SP, 10 de janeiro de 2012

domingo, 8 de janeiro de 2012

MAO DA AMADA

Bendita tua mão que luta e afaga,
Que corrige e com calma, acaricia.
E faz da vida, belo conto de fada,
Tens na tua alma, a estrela-guia.

Mão bendita tua, que me protege,
Adormece, tocando o meu corpo.
És pura e na tua mais santa prece,
Me faz menino, sinto mais moço.

Mão delicada, que nunca se cansa
Que abraça, que busca, que acena.
E que faz do teu sonho de criança,
Um castelo, uma meta, um lema.

Mão bendita, bendita és tua mão,
Que não abandona, ao me tocar.
E que escreve no meu coração,
Lindos versos, do poema amar.

Peruíbe SP, 08 de janeiro de 2012