sábado, 29 de março de 2008

A VIDA QUE PASSA

Adão de Souza Ribeiro
Que vida tão boba, meu Deus!
Desse homem sem identidade,
Sem teto, sem rumo, sem nada.
Perdido no eterno vazio de si.

Meu Deus, que vida tão boba!
De uma longa espera, sem fim
Sem bússola, e sem a alegria
Que o tempo ingrato consome.

Que vida, meu Deus, tão boba!
Sem sonho, assim maltrapilha
Que ri de tudo, até de si mesma
Como se sofrer fosse normal.

Tão boba, meu Deus, que vida!
Que debruçado na janela do tempo
Fica olhando, assim hipnotizado,
Ela calmamente passar pela estrada.

Peruibe SP, 24 de março de 2008