sábado, 27 de outubro de 2007

MENINA MORENA

Adão de Souza Ribeiro

Menina morena
Da cor de açucena
De olhar sedutor
Num corpo em flor.

Teus negros cabelos
Que o vento balança
De beleza se esbanja
Me seduz em desejos.

Os teus lindos seios
Brilham como a lua
E exibem sem rodeios
Segredos da alma nua.

Morena menina
De rosto angelical
Vem e me ensina
Amar sem igual.

Teus lábios carnudos
Adocicados como mel
Me deixam tão mudo
E me levam ao céu.

Teus beijos molhados
Como gotas de orvalho
Me deixa tão louco
E estreme meu corpo.

Teu abraço me envolve
Num laço de ternura
Este sentimento nobre
Me leva a loucura.

Menina morena
Da cor do pecado
Te faço este poema
E de prazer te embriago.

Peruíbe SP, 22 de outubro de 2007
21:33 horas

domingo, 14 de outubro de 2007

JANELA DA ALMA

Adão de Souza Ribeiro

Debruçado na janela da alma, contemplo a dança suave do teu corpo, que passa entre as flores, do jardim da eperança. Embriago-me com o aroma que exala de tuas entranhas e me perco de tanta felicidade. Penso num tempo futuro, além da nossa imaginação.
Busco nos teus lábios, a seiva da juventude e no teu colo, a mansidão do amanhã. Nas páginas da existência, desenho um mundo mágico, onde tu reinas soberana. E, assim, entre uma contemplação e outra, adormeço nos teus encantos, como um marinheiro cansado, ao avistar o porto seguro.
O vento atrevido, que vem de noroeste, toca delicadamente os teus cabelos louros e enche de graça o teu caminhar. E eu, debruçado na janela, esqueço os passos apressados da vida e envelheço em paz, como um sábio tibetano.
A tua pele branca, macia como veludo, entorpece-me a alma, deixa-me mudo. Sou escravo dos teus desejos e por um beijo teu, escalo um mundo insondável. Nos teus seios, repouso o meu cansaço e quanto mais me perco, mais eu te acho. Mulher, tu escondes no teu ventre, os mistérios da vida e as pegadas firmes de uma fera sem pudor.
Um dia, feito criança inocente, toquei teus lábios sedutores, em busca de alento. Senti que dentro de ti, havia uma cascata de prazer, jorrando águas cristalinas por entre teus poros. Foi ali que saciei minha sede e percebi que a vida é bela.
Hipnotizado pelo encanto do teu olhar, perdi-me no tempo e enveredei por um mundo desconhecido: o mundo da plena felicidade. Tenho medo de acordar deste sonho, desta coisa bela, que ousamos chamar felicidade.
Mulher, debruçado na janela da alma, elevo meus pensamentos aos céus e agradeço infinitamente a Deus, por tu existires na minha vida. Quero abraçar-te fortemente e sentir a maciez da tua pele, o cheiro perene de ti, como pétalas de flores madrigais. Bebo no néctar do teu prazer, porque dele faço parte.
Quando o dia fôr embora e a noite chegar, de mãos dadas com o arrebol, espiarei pelas frestas da janela, a sensualidade do teu caminahr e o teu aceno dizendo: "Até breve!". De repemte, tu voltas e bate à porta. Abro e tu entras, sorrateiramente, para o meu mundo. Ali, num canto da minha vida, entrelaças no meu corpo, como que querendo ouvir a voz do meu eu.
Acaricio levemente o teu rosto e, aos poucos, vejo que adormece embalada pelo compasso do meu coração sem juízo. Seguro que é minha, fecho a janela da alma, para que não fujas nunca de mim.
Peruibe SP, 02 de março de 2005

sábado, 13 de outubro de 2007

A MULHER QUE ENCANTA

Adão de Souza Ribeiro


O cheiro,
Da tua pele;
O brilho,
Do teu olhar;
As ondas,
Do teu corpo,
É um mar:
A navegar.
O sorriso,
Do teu lábio;
O pulsar,
Do teu coração;
A ternura,
Da tua alma;
É um paraíso:
A deleitar.
O volume,
Dos teus seios,
A nudez,
Do teu ventre,
O desenho,
Das tuas nádegas;
É um leito:
A repousar.
A destreza,
Das tuas mãos;
O cruzar,
Das tuas pernas;
A maciez,
Do teu rosto;
É um poema:
A rabiscar.
O tom,
Da tua voz;
O calor,
Do teu sexo;
O rio,
Das tuas entranhas;
É uma cascata:
A encantar.
A sensualidade,
Do teu andar;
O sussurro,
Da tua voz;
O sono,
Do teu cansaço;
É um mundo:
A desvendar.

Bauru SP, 14 de novembro de 2003

POR QUE?

Adão de Souza Ribeiro


Há uma criança,
Lá no morro
Com olhar no passado,
Por que?

Há um adolescente,
Perdido na viela.
Com olhar na internet,
Por que?

Há um jovem,
No colo da esperança.
Com olhar no vazio,
Por que?

Há uma mulher,
Dentro de casa.
Com olhar no presente,
Por que?

Há um homem,
Atrás do muro.
Com olhar no futuro,
Por que?

Porque, quando todos
Descobrirem a paz
De espírito.
Não haverá: Por que?


Peruibe SP, 17 de abril de 2005
11:05 horas

VIDA

A vida é bela,
Diz o profeta.
É louca,
Canta o poeta.
É santa,
Confessa a virgem.
É mistério,
Descobre o cientista.
É infinita,
Lembra o imortal.
Mas que vida é essa:
Que sufoca o amor
E apunhala
O sonho de felicidade.
Que grita
E que se cala,
Sem nada dizer.
Que briga
E que se esbanja,
De tanto prazer.
Que se perde
Em cada esquina
E segue a sina,
De meretriz.
Que nasce
No berço da ilusão
E que envelhece
De solidão.
Se me pregar
Uma peça;
Quero morrer
Na paz,
De um verso.
Isso tanto faz!

Peruibe SP, 03 de abril de 2005
18:30 horas

PENSANDO BEM

Há quanto tempo
Não ouço o cantar
Do Bem-Te-vi
No alto da paineira.
Não vejo o desabrochar
Das lindas magnólias
No jardim de casa.
Há quanto tempo
Não sinto o beijo
Carinhoso do vento
No meu rosto.
Ou o forte abraço
Da verde esperança
No corpo cansado.
Há quanto tempo
Não contemplo a lua
Bela e solitária
Despida para mim.
Ou o longo caminho
Percorrendo a estrada
Do amanhã.
Há quanto tempo
Não toco o lábio
Sedutor da madrugada
Ou, sem receio;
Os fartos seios,
Da minha amada.
Há quanto tempo
Vivo o eterno sonho
De que este instante
Não há de demorar.
Que espera boba,
Meu Deus!
Peruibe SP, 10 de janeriro de 2005

AMAR ASSIM

Amo-te assim,
Como quem ama
O infinito.
Amo-te amiúde
E de tanto gostar,
Fiz o que pude.
Amo-te em paz
Amanhã tanto faz,
Isso eu sei.
Amo-te no leito,
De qualquer jeito
Ali adormeço.
Amo-te inocente
Feito primavera
Quanta quimera!
Amo-te em silêncio
Escondendo segredo
Do tempo.
Amo-te em Veneza
Londres e Paris
O coração é que diz.
Amo-te no presente
Passado e futuro
Mais que perfeito.
Amo-te tanto
Que me transbordo
De tanta felicidade.
Amo-te apenas
E de te amar assim
Escrevi este poema.

Peruibe SP, 05 de maio de 2005
10:30 horas