sábado, 9 de junho de 2007

INDECISÃO

Por que você não vem,
Assim: sem maldade, sem medo;
Despida de preconceitos,
Para ser feliz?
Vem, deixa de lado
Aquelas velhas manias,
Das coisas que te prende,
Sufoca, maltrata tortura
E te faz infeliz.
Dê asas as tuas fantasias.
Descubra que, ainda, é fêmea.
Fuja logo deste dilema;
Caia nos meus braços,
Que te faço mulher!
O teu cabelo cacheado,
Encaracolado no teu sorriso,
Rasga lágrimas do teu peito.
E eu, meio sem jeito,
Quero roubar-te um beijo:
Não posso.
A lua nos convida,
Para uma noite de loucura.
E na ternura do teu corpo,
Repousar meu coração:
Sem pressa, sem nada!
Por que você não vem,
Antes que seja tarde.
E não se arrependa o coração,
Da felicidade que partiu,
Nas tristes asas
Da solidão?
Por que você não vem
Saborear do meu carinho.
E embriagar de prazer,
No cálice da sinceridade
Enquanto a idade não chega.
Por que, meu amor, por que?

Bauru SP, 14 de junho de 2003

sexta-feira, 8 de junho de 2007

FILME TRISTE

Esse filme
Já conheço
Sei o preço
Que pago
Por assisti-lo
De cabo a rabo.
O sigilo
Do enredo
Bom não ouvi-lo.
Se é segredo,
Tudo nele
Dá medo.
A cena bela
Com mocinho
E donzela.
Do final
Nada se espera.
Se insiste
Ver a história.
O fim triste
Não há vitória.
Esse filme
Traz pesar
Você se envolve,
Se embriaga,
E sofre
Por nada.
Se sonha assim
Ser feliz
Não tem vergonha
De ser aprendiz.
Esse filme
Como na vida
É ilusão.
Fecha cortina
Assiste não.

Peruíbe SP, 03 de abril de 2006

TEMPO

O tempo,
Pede um tempo.
Mas que tempo?
Diga, por favor,
Enquanto é tempo.
Tempo para sonhar,
Sorrir, sofrer,
Calar.
Ou para morrer,
Cantar, bailar,
Reviver.
O tempo,
Vive sem tempo,
Por isso, amor,
Inventa tempo,
Para um tempo,
Sedento
De medo.
O tempo
De tempo em tempo,
Mata o tempo.
Para o amor,
O tempo
É um veneno
Sem dor.
O tempo
Venta com o tempo
Ah, ingrato tempo!
Tempo sem amor,
Amor sem tempo.
Em passos lentos,
O amor e eu
Morremos
Com o tempo.

Bauru SP, 20 de dezembro de 2003